A Beata Elias de São Clemente nasceu em Bari
(Italia) dia 17 de janeiro de 1901. Seus pais eram profundamente cristãos e ela
foi batizada com o nome Teodora, dom de Deus. Tal nome verificou-se de fato no
breve curso de sua vida terrena. Dia 8 de abril de 1920 (festa de S. Alberto
então), entrou no Carmelo de S. José de Bari. Sua vestição religiosa deu-se dia
24 de novembro do mesmo ano, festa de S. João da Cruz naquele tempo. A 8 de
dezembro de 1924 escreveu com seu sangue um ato de oferta total e definitiva ao
Senhor, com voto de fazer sempre “o mais perfeito”. Morreu no dia do Natal de
1927. Bento XVI assinou o Decreto de beatificação dia 19 de dezembro de 2005 e
ela foi proclamada Beata na Catedral de Bari dia 18 de março de 2006.
Do Comum das Virgens, com a salmodia do dia do saltério
ORAÇÃO
Ó Deus, a quem agradou a oblação
de si a vós oferecida pela virgem, Beata Elias de São Clemente, por sua
intercessão concede-nos, sustentados pelo Pão Eucarístico, cumprir fielmente
vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho que é Deus e vive e
reina convosco na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.
Amem.
Ofício das leituras
Segunda leitura
Dos escritos da B. Elias de São Clemente, Virgem. (ED. OCD 2001: pp.
282-295-322).
O desejo de perder-se em Deus e o zelo
apostólico
Oh doce ocultamento, como amo
passar os meus dias sob tua sombra e consumir assim minha existência, por amor
do meu doce Senhor... às vezes, pensando nas eternas recompensas, infinitamente
maiores que os leves sacrifícios desta vida, a minha alma fica maravilhada e
tomada de uma ardente ânsia, eleva-se a Deus exclamando: “Oh meu bom Jesus, a
qualquer preço quero atingir a meta, o porto da salvação. Não negue-me nada,
concede-me de sofrer. Este seja o martírio interior do meu pobre coração,
oculto a qualquer olhar humano; uma cruz despojada eu te peço. Estendida sobre
ela, quero passar meus dias aqui”.
Quando se sofre unido a Jesus, o
padecer é alegria; sofrer amando eu anelo, fora disto não quero mais nada.
Meu Dileto, quem poderá jamais
separar-me de Ti? Quem será capaz de romper estas fortes correntes que amarram
meu coração ao Teu? Será o abandono das criaturas? É próprio isto que une a
alma ao seu Criador... talvez as tribulações, as penas, as cruzes? É nestes
espinhos que o canto da alma que te ama é mais livre e leve. Talvez a morte?
Mas esta não será outro que o princípio da verdadeira felicidade para a
alma.... nada, nada poderá separar, nem mesmo por breves instantes esta alma de
Ti. Ela foi criada por Ti e é fora do seu centro se não vive abandonada em Ti.
A minha vida é amor: este néctar
suave me circunda, este amor misericordioso me penetra, me purifica, me renova
e sinto que me consome. O grito deste meu coração é: “Amor do meu Deus, a Ti
somente busca a minha alma. Alma minha, sofre e cala; ama e espera; imola-te e
oculta a tua imolação sob um sorriso e, sempre avante... quero passar a minha
vida num profundo silêncio para escutar no íntimo da alma a delicada voz do meu
Doce Jesus.
Almas buscarei para lançá-las no
mar do Amor misericordioso: almas de pecadores, mas sobretudo almas de
sacerdotes e religiosos. Com esta meta a minha existência se apagará
lentamente, consumindo-se como o óleo da lâmpada que vela junto ao
Tabernáculo”. Sinto a vastidão da minha alma, a sua infinita grandeza, que não
basta a vastidão deste mundo para preenchê-la: ela foi criada para perder-se em
Ti, meu Deus, porque só tu és grande, infinito e por isso só Tu podes torná-la
plenamente feliz.
Responsório
R.
A rocha do meu coração é Deus, é Deus a minha herança para sempre: *
fora Dele, nada desejo da terra.
V./ Uma Virgem preocupa-se das
cosias do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito:
R./ fora Dele, nada desejo da terra.
Ant. ao Benedictus: Como é suave,
Senhor o teu amor! Perdida em Ti, vivo beata eternamente.
Ant. ao Magnificat: O teu amor, oh Deus, como o fogo me consumiu
na fornalha ardente do teu Coração.
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