COMO PÁSSAROS....



“Sede como pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas”. (Victor Hugo).

Aqui estou eu, falando em pássaros, em voar, em cantar, em limites e transcendência; insistindo, enfim, sobre o que mais me fascina e me impulsiona a caminhar e a superar aqueles que são nossos limites, procurando compreender e acolher o esplêndido projeto de Deus a nosso respeito. O que direi, tem tudo a ver com nossa vida, nosso ideal, nosso entusiasmo pelo Reino, nossa vocação, nossa atuação na sociedade em que vivemos, nossa missão.

Somos como pássaros, presos às vezes; outras, com asas molhadas; incapazes, ás vezes, de cantar e voar; sempre fixando nosso olhar além, e sempre com o desejo de cantar e voar: cantar a melodia harmoniosa e sublime de nossa vida, com tudo o que ela significa, louvando o Criador; e voar bem alto, como as águias, obedecendo às inspirações da “Águia Divina”, conscientes que para voar alto e cantar, possuímos asas, olhos e coração.

A realidade de nossos passos é, por vezes, incerta; a fragilidade dos nossos apoios, dos nossos projetos humanos é, por vezes, insegura; os ramos, onde, algumas vezes, pousamos nossos pés, são quebradiços; mas, acima de tudo, acreditamos na força Daquele que nos sustenta – sua graça nos basta! – e no poder Daquele que nos liberta. E com Ele, por Ele e para Ele cantamos, louvamos, agimos, amamos – “jogando pétalas” – em todos os momentos de nossa curta existência, sobretudo nas provas e cruzes da vida: é aí, na experiência da cruz, que experimentamos a “suficiência de Deus”, a sabedoria de Deus. “Só Deus basta”.

Demos, então, uma tonalidade diferente à aparente monotonia de nossa vida, de nosso canto; ultrapassemos os nossos limites; saibamos manter vivos nossos sonhos; “evitemos a morte em doses suaves”. Lembremos que somos feitos para voar e “voar em direção ao mais alto, cantando suavemente” (S.João da cruz, Ditos, 119)...Até chegar definitivamente no seio de Deus, o mais profundo “Centro” de nossa existência.

Frei Pierino Orlandini

FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE




As virtudes podem ser HUMANAS (CARDEAIS) e TEOLOGAIS. Cultivamos e usamos as virtudes humanas para conviver bem com as outras pessoas, no meio da nossa família, na nossa comunidade e no mundo; são: prudência, justiça, fortaleza, temperança. Também devemos cultivar as virtudes teologais no nosso relacionamento com Deus.
Quando recebemos o sacramento do Batismo é infundida em nosso ser a graça santificante, que nos torna capazes de nos relacionar com a Santíssima Trindade e nos orienta na maneira cristã de agir. O Espírito Santo se torna presente em nós, fundamentando as virtudes teologais, que são três: FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE.


I - Primeira virtude: FÉ
Cultivando a fé, acreditamos no Deus Criador, que é o Pai, no Deus Salvador, que é Jesus Cristo e no Deus Santificador, que é o Espírito Santo. Cultivando a fé, compreendemos que Deus é uno e trino e que tudo isto nos foi revelado nas Sagradas Escrituras. Cremos, então, que Deus é a verdade.
No dia-a-dia, nós usamos muito a fé. Temos fé nas pessoas, às vezes até em pessoas em quem não sabemos se podemos confiar. Por exemplo: ninguém pode ser testemunha do seu próprio nascimento, mas a fé que nós cremos nos pais ou no cartório que fez o registro nos faz acreditar na data e no local do nosso nascimento. Do mesmo modo, quando entramos em um ônibus ou em um avião, acreditamos que o motorista ou o piloto são habilitados para transportar-nos e nós nem os conhecemos, mas acreditamos.
E Deus, que criou todas as coisas e nos deu a faculdade de pensar, de raciocinar, de acreditar? Temos muito mais motivos para acreditar n'Ele, para confiar n'Ele, para nos abandonar livremente em suas mãos.
A fé que devemos cultivar em relação a Deus é muito mais segura do que a fé que naturalmente temos nas pessoas. Assim, pela fé, cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou. Ele se revela sempre a nós. Primeiro pelos Profetas, depois, através de seu Filho, que é a sua Palavra. Ele se revela também através do testemunho dos Apóstolos. E, constantemente, através dos acontecimentos da história da humanidade e da história de cada um de nós.
Mas não basta que nós cultivemos a fé. Esta, quando verdadeira, exige ação. Quando temos um amigo, não basta que gostemos dele. Devemos dar-lhe atenção, ajudá-lo quando necessário e possível, e ajudar também as pessoas que ele ama. Se não for assim, a amizade e a confiança não são verdadeiras.
Com Deus, é do mesmo modo. De que adianta a pessoa acreditar em Deus e não fazer nada para melhorar o mundo que Ele criou com tanto amor? Madre Teresa de Calcutá dizia: "Eu sei que o meu trabalho é como uma gota no oceano, mas, sem ele, o oceano seria menor". E São Tiago, em uma carta, nos diz que "a fé sem obras é morta" (Tg 2,26).
A fé nos leva, portanto, a praticar a justiça em tudo que fazemos.


II - Segunda virtude: ESPERANÇA
A Esperança é a virtude que nos ajuda a desejar e esperar tempos melhores em nossa vida aqui na terra e ter a certeza de que conquistaremos a eternidade, que será a nossa felicidade.
Muitas vezes, passamos por momentos difíceis e achamos que nossa vida não tem solução. O mundo hoje está muito violento e cheio de catástrofes. A cada dia, assistimos na televisão e até bem perto de nós, cenas de maldade, agressões, violência. E vemos também a tragédias provocadas por desastres da natureza.
Precisamos refletir sobre tudo o que está acontecendo, encontrar onde está a falha e buscar uma solução. Sozinhos, não somos nada, mas com Deus, tudo podemos. A esperança nos leva a tentar vencer os obstáculos.
Há alguns meses houve um tremor de terra no Haiti e 70% dos prédios da capital se desmoronou. Um repórter conseguiu mostrar que, em meio à quase completa ruína de uma igreja católica, restou intacta a imagem do Cristo Crucificado. Tudo quebrado no chão e ela lá, em pé, fulgurante, como a mostrar que Ele está presente junto ao povo sofrido. Esta cena é muito significativa. Pode-se compreender uma mensagem de Deus para nós. Precisamos aprender a escutar a voz do Pai. Cada um, no seu coração, vai interpretar, a seu modo, fatos como este, tão significativos.
No Antigo Testamento, a esposa de Abraão era estéril, mas o Senhor lhe prometeu uma descendência mais numerosa do que as estrelas do céu e todo o povo de Deus constitui a sua descendência, porque Sara, sua esposa, concebeu na velhice e gerou seu filho Isaac.
No Novo Testamento, o anjo do Senhor anunciou à Virgem Maria que ela seria Mãe de um rei. E ela, de início sem compreender o que anjo falara, se prontificou a cumprir a vontade do Pai. Sofreu muito, meditando tudo no silêncio do seu coração. Esperou, esperou contra toda esperança e foi elevada aos céus e coroada Rainha dos anjos e dos santos, Mãe de Deus e Mãe da humanidade.
Seu Filho não foi aquele rei rico em coisas materiais, como nós imaginamos no nosso mundo, serem os reis. Mas Ele mesmo disse: "O meu reino não é deste mundo". E Ele é o rei dos reis e ao som do seu nome se dobram todos os seres do céu, da terra e sob a terra.
Somos, por meio de Cristo, herdeiros da esperança de vida eterna.


III - Terceira virtude: CARIDADE
A Caridade é amor. São palavras sinônimas. A Caridade não é somente procurar uma moedinha no fundo da bolsa e jogá-la na latinha de quem pede. A Caridade não é somente ofertar um prato de comida a quem tem fome. A Caridade não é somente tirar do nosso guarda-roupa um vestido, uma blusa, um sapato ou qualquer objeto que não usamos mais e dar a quem nada tem. A Caridade é amor. É conhecer a dor da pessoa que vive perto de nós, quer seja na nossa família, na comunidade ou mais distante. Conhecer a sua dor e procurar com ela resolver o seu problema.
A Caridade é dar um bom dia, é sorrir para uma criança indefesa, para um jovem às vezes desorientado, para um idoso que carrega seu fardo com dificuldade.
A caridade é a virtude perfeita. Neste mundo, precisamos ter fé, esperança e amor. Precisamos ter fé e esperança porque aqui estamos caminhando nas trevas, isto é, acreditamos em algo que não vemos com os nossos olhos humanos e limitados. Mas cremos na aurora que dissipará essas trevas e, quando alcançarmos a vida eterna, a fé e a esperança já não serão necessárias, porque já estaremos diante do Pai.
Entretanto, o amor permanece, porque Deus é amor e, se estamos diante d'Ele, também somos amor.
Por isto é que São Paulo, em sua Primeira carta aos coríntios, termina o capítulo 13 dizendo: "Agora, portanto, permanecem três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas é o amor".
E Santa Teresa de Jesus nos diz: "Não é bastante amar, é preciso prová-lo".


Que o Santo Espírito de Deus nos guie na vivência destas virtudes!!!


Todos os Santos Carmelitas intercedam por nós e pelos que nos são caros, a fim de que alcancemos nosso fim.



Abraços a todos,
Ceane Ribeiro (Mariana José de Jesus Mazurek, ocds)


SANTOS E BEATOS CARMELITAS



OUTUBRO:
01- Santa Teresinha do Menino Jesus
15- Santa Teresa de Ávila



01 de Outubro:
SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

A TEMPESTADE

Um dia o formoso céu azul
Do campo se anuviou e logo
Começo a tempestade.
Raios cortavam as nuvens
E, pertinho, vi cair um raio.
Longe de ficar com medo,
Extasiava-me, tendo a
Impressão de que o
Bom Deus estava pertinho...
Papai, pelo contrário,
Estava preocupado.
Não porque tivesse medo
Da tempestade, mas porque
O capim e os malmequeres
Eram mais altos do que eu,
Brilhavam como pedras preciosas
E deveríamos atravessar vários prados
Antes de encontrar um caminho.
Meu querido paizinho,
Como medo que sua filhinha se molhasse,
Colocou-me na garupa,
Apesar de todos os apetrechos de pesca.

(Santa Teresinha)



15 de Outubro:
SANTA TERESA D’ ÁVILA

NADA TE PERTUBE

Nada te perturbe,
Nada te espante,
Tudo passa,
Deus não muda,

A paciência tudo alcança;
Quem a Deus tem
Nada lhe falta:
Só Deus basta.

Eleva o pensamento,
Ao céu sobe,
Por nada te angusties,
Nada te perturbe.

A Jesus Cristo segue
Com peito grande,
E, venha o que vier,
Nada te espante.

Vês a glória do mundo?
É glória vã;
Nada tem de estável,
Tudo passa.

Aspira às coisas celestes,
Que sempre duram;
Fiel e rico em promessas,
Deus não muda.

Ama-O como merece,
Bondade imensa;
Mas não há amor fino
Sem a paciência.

Confiança e fé
Mantenha a alma,
Que quem crê e espera
Tudo alcança.

Do inferno acossado
Muito embora se veja,
Burlará os seus furores
Quem a Deus tem.

Advenham-lhe desamparos,
Cruzes, desgraças;
Sendo Deus o seu tesouro,
Nada lhe falta.

Ide, pois, bens do mundo,
Ide, ditas vãs;
Ainda que tudo perca,
Só Deus basta.

(Santa Teresa de Ávila)




Que as palavras destas duas Grandes Santas do Carmelo nos impulsionem na confiança e no amor que devemos ter por Nosso Bom Deus!



Abraços fraternais,
Ceane Ribeiro (Mariana Mazurek, ocds)






Nova Coordenadora da Comissão de Jovens da OCDS.

Esther da Comunidade Alegria da Sagrada Face de Itapetininga - SP é a mais nova jovem coordenadora da Comissão de Jovens da OCDS.

Queremos ser Jovens

Queremos ser jovens, libertos doados, na causa da vida e do amor empenhados. Abertos, conscientes bem esclarecidos, juntar nossas mãos caminhar mais unidos.

Os jovens, teus irmãos, Jesus Senhor, tem fome de justiça e de amor. Sustenta sua luta, seu vigor, na força do teu pão libertador!

Em nossa família, na comunidade, queremos ser luz para a sociedade, formando igreja, formando teu povo, na fraternidade, na busca do novo.

Estamos dispostos que Deus nos ajude a abrirmos espaços para a juventude. Que jovem algum seja, pois excluído de participar, de também ser ouvido.

Nas leis da nação, no trabalho e estudo, comunicação, arte, esporte, em tudo, que sem leviandade, engano ou violência, respeite-se o jovem e sua consciência.

NOVA PRESIDENTE PROVINCIAL OCDS

Maria Eduarda é eleita a nova Presidente provincial OCDS.

Maria Eduarda Barbosa, da Comunidade Pequena Flor de Santa Teresinha, de Barra do Piraí-RJ, foi eleita como presidente provincial OCDS da Província São José para o triênio 2010-1013.